Negra Dalila poesias: novembro 2021

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Enfim,20 de novembro...Dia da consciência negra!!!

Fiz uma reflexão sobre a dificuldade que a mulher negra enfrenta desde a infância até a idade adulta para se estabelecer profissionalmente ,mostrei mulheres negras guerreiras e homens negros ilustres nas poesias que venho publicando esta semana. Para lembrar o dia da consciência negra ,acredito que a consciência tem que ser contra todos o tipo de preconceito :o racial ,de gênero , religioso ....Vale refletir e sigamos na luta!

terça-feira, 16 de novembro de 2021

👸🏿🤴🏿 Minha aceitação racial :A descoberta de minha raça.

Eu tinha uma mãe "branca" ,casada com um negro. Na falta de minha mãe por qualquer motivo, devido a suas internações, bebedeiras do meu pai, férias escolares, finais de semana ,eu era criada pela minha "família branca" (tia ,tio e primo),estudava numa escola particular pela manhã com todos alunos "brancos"(isso só mudou após a quinta série) e a tarde no internato de meninas ,com freiras e colegas "brancas". Então, como entender que eu era "diferente" delas? Só me dei conta desta "diferença", quando começaram a me chamar de "negra" de forma "pejorativa", ou quando me deram apelidos que me desagradavam. Frases ligadas a cor como :"torrei na hora da minha mãe me parir, ou foi um urubu que me trouxe ao mundo, não uma cegonha , magoavam...não vou negar, não conseguia responder a altura, engolia o choro e baixava a cabeça revoltada ,tinha medo que me castigassem ,se questionasse. Não tinha respostas das pessoas que me amavam ,minha família dizia que isso era coisa da vida, que era assim mesmo ;já a tia-mãe me dizia que não tinha que dar ouvidos a essas coisas. Ou seja, uma tremenda confusão na cabeça de uma criança. Descobrir sozinha que eu tinha uma identidade racial e sim ,eu sou negra foi uma transição dolorosa, por que já na escola pública no segundo grau ,comecei a brigar com quem me achava "diferente" e dessas contestações surge o rótulo de "pessoa problemática". Em plena adolescência , me empenhava em apoiar tudo que fosse preconceituoso : racismos , homossexuais , impunidades e outros .Ergui a cabeça e fiz muitas inimizades. Mas nem tudo eu concordo quando se fala em racismo. Acredito que sim ,existe o (a)negro(a) que estuda e trabalha com sacrifício para poder se formar e que depois de formado não tem oportunidade ou não recebe o mesmo que um branco (a)receberia. Assim como oposto também acontece. Por que acredito que é preciso fazer a diferença ,se atualizar, se reciclar ,estar bem preparado para querer ser o melhor. E cotas, então. Acredito que somos capazes de concorrer de igual pra igual, num vestibular como qualquer um. Não é a cota que tem que me oportunizar isso e sim a escola ,ainda no jardim de infância ,oferecer uma educação eficiente que nos torne capazes de passar no vestibular. A escola pública, deveria incentivar e proporcionar um ensino suficientemente forte para vencermos o vestibular. Já enfrentei a prova do vestibular, e no primeiro dia ,averiguei que não era o queria .Trabalhava com o que gostava e estava tranquila. No segundo dia não fui. Pesou muito a decisão, quando vi que precisava um pré vestibular e que meu segundo grau em escola pública não era suficiente para responder algumas questões. Planejei em tentar novamente futuramente, o que nunca aconteceu. Na vida adulta ,segui lutando e brigando sempre que achava que havia preconceito, seja de qualquer forma ,mesmo com o rótulo de ser barraqueira. Tinha colegas que costumavam a dizer que "eu me fazia de coitada". Essa é uma citação, pra mim , de quem não tem argumentos de admitir que a outra pessoa esta certa e não ela. Esse texto é meu ponto de vista ,o meu sentir na pele .Sei de estudos ,leis sobre o assunto e vi muitos negros racistas inclusive da própria cor e vice versa .Mas esse texto é apenas meu desabafo do que o racismo foi pra mim.

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